Bahia, Capital da Alegria.
Bahia, Terra da Felicidade.
Bahia, Roma Negra.
Neste domingo, 05 de outubro, 9.153.703 de baianos, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados através do Batimento Eleitoral 2008, vão às urnas.
Agora que o horário político veiculado pelos meios de comunicação encerrou, (e como eu gargalhei com o horário da propaganda eleitoral gratuita) é hora da campanha corpo a corpo e boca de urna.
Então, faço questão de publicizar o meu voto, na tentativa de convencer alguém que ainda estiver na indecisão.
Voto no Partido dos Trabalhadores, desde que atingi a maioridade eleitoral.
Lembro das primeiras eleições diretas para Presidente da República, após a ditadura militar, em 1989. Disputa entra Fernando Collor (argh... escrevo este nome e cuspo no chão) e Lula. Ô eleição em que eu sofri, em que fomos para a rua, em que militávamos e em que Lula ainda era “genuíno” (outra palavra execrada na pós-modernidade, hahaha) para nós. E fomos para rua pelo impeachmam de Collor.
No ano de 1994, foi a vez de Fernando Henrique Cardoso, meu conhecido e respeitado nos texots das aulas de sociologia, contra Lula. O mesmo embate se deu em 1998.
Finalmente, em 2002, Lula venceu Serra e eu voltei a acreditar que as coisas iriam melhorar, ainda que tivesse a consciência de que Lula não era mais aquele de 1989. Estava muito mais para o “Lulinha paz e amor”. Mas, tudo bem. Fomos todos para as ruas, assim mesmo e novamente, comemorar a possibilidade de um basta ao neoliberal que havíamos dado com a eleição de um trabalhador para Presidente do Brasil. Isto também representava uma inovação política e poderia sacudir a poeira na América Latina.
Nesta época fiz uma viagem por três países da América Latina e, no Uruguai, conversei com um senhor de muita idade, que me dizia ser Lula o possível aglutinador político em South América. Eu não podia deixar de orgulhar-me deste momento que o Brasil presenciava.
Amanhã votarei em Walter Pinheiro (PT) e em sua vice-prefeita, Lídice da Mata (PSB), sobretudo por suas propostas de governo, mas também por que faço parte do grupo que não quer ver ACM Neto no poder. O “menino”, o “grampinho” tem a idéia, dentre outras, de reduzir de dezoito para dez o número das Secretarias Municipais, inclusive com a extinção da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. "Né brinquedo, não!"
Walter Pinheiro e Lídice da Mata, nomes já consolidados na esquerda baiana, dispensam maiores apresentações. Portanto, quero, explicitamente, referendar a candidatura de Creuza Maria de Oliveira, 44, (PT) e compartilhar um pouco da sua luta.
Creuza é sindicalista, fundou o Sindicato das Domésticas, preside a Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos, é membro do Conselho Nacional da Promoção da Igualdade.
Sua história é semelhante ao do nosso presidente Lula. Aos dez anos, egressa do sertão e da roça, trabalha como doméstica em Santo Amaro, engrossando a fila do trabalho infantil. Sua primeira remuneração foi aos 15 anos. E, somente aos 20 anos consegue ter sua carteira de trabalho assinada, quando entra na luta pelos direitos dos trabalhadores domésticos.
Gostaria de ressaltar, que ainda hoje, 70% dos 500 mil dos domésticos não são respeitados em seus direitos de trabalhadores.
Vou votar em Creuza (13.612) por ela ser mulher, por ser negra, por sua trajetória política e de vida.
Vou votar em Pinheiro (13) por sua coerência e honestidade. Deputado Nota Dez.
Vou votar no Partido dos Trabalhadores por minha convicção partidária.
Vou votar contra o neo-carlismo (perdoe, meu deus, novamente escrever a má palavra. Cruz-credo, vai de retro!) que ACM Neto representa.
E vou ter esperança que um dia, dos quase 15.000.000 de baianos que somos, teremos um candidato ou uma candidata negra a prefeitura, ao governo estadual da Bahia, afinal, não somos a Roma Negra?
E, sem querer ofender a ninguém, relembro a música de Ivan Lins e Vitor Martins, interpretado pelo genial Tim Maia. “Avisa ao formigueiro, vem aí tamanduá”, embora que o termo "Nego" não esteja lá muito bem colocado, mas "formigueiro" e "tamanduá" estão perfeitos no contexto.
Bahia, Terra da Felicidade.
Bahia, Roma Negra.
Neste domingo, 05 de outubro, 9.153.703 de baianos, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados através do Batimento Eleitoral 2008, vão às urnas.
Agora que o horário político veiculado pelos meios de comunicação encerrou, (e como eu gargalhei com o horário da propaganda eleitoral gratuita) é hora da campanha corpo a corpo e boca de urna.
Então, faço questão de publicizar o meu voto, na tentativa de convencer alguém que ainda estiver na indecisão.
Voto no Partido dos Trabalhadores, desde que atingi a maioridade eleitoral.
Lembro das primeiras eleições diretas para Presidente da República, após a ditadura militar, em 1989. Disputa entra Fernando Collor (argh... escrevo este nome e cuspo no chão) e Lula. Ô eleição em que eu sofri, em que fomos para a rua, em que militávamos e em que Lula ainda era “genuíno” (outra palavra execrada na pós-modernidade, hahaha) para nós. E fomos para rua pelo impeachmam de Collor.
No ano de 1994, foi a vez de Fernando Henrique Cardoso, meu conhecido e respeitado nos texots das aulas de sociologia, contra Lula. O mesmo embate se deu em 1998.
Finalmente, em 2002, Lula venceu Serra e eu voltei a acreditar que as coisas iriam melhorar, ainda que tivesse a consciência de que Lula não era mais aquele de 1989. Estava muito mais para o “Lulinha paz e amor”. Mas, tudo bem. Fomos todos para as ruas, assim mesmo e novamente, comemorar a possibilidade de um basta ao neoliberal que havíamos dado com a eleição de um trabalhador para Presidente do Brasil. Isto também representava uma inovação política e poderia sacudir a poeira na América Latina.
Nesta época fiz uma viagem por três países da América Latina e, no Uruguai, conversei com um senhor de muita idade, que me dizia ser Lula o possível aglutinador político em South América. Eu não podia deixar de orgulhar-me deste momento que o Brasil presenciava.
Amanhã votarei em Walter Pinheiro (PT) e em sua vice-prefeita, Lídice da Mata (PSB), sobretudo por suas propostas de governo, mas também por que faço parte do grupo que não quer ver ACM Neto no poder. O “menino”, o “grampinho” tem a idéia, dentre outras, de reduzir de dezoito para dez o número das Secretarias Municipais, inclusive com a extinção da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. "Né brinquedo, não!"
Walter Pinheiro e Lídice da Mata, nomes já consolidados na esquerda baiana, dispensam maiores apresentações. Portanto, quero, explicitamente, referendar a candidatura de Creuza Maria de Oliveira, 44, (PT) e compartilhar um pouco da sua luta.
Creuza é sindicalista, fundou o Sindicato das Domésticas, preside a Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos, é membro do Conselho Nacional da Promoção da Igualdade.
Sua história é semelhante ao do nosso presidente Lula. Aos dez anos, egressa do sertão e da roça, trabalha como doméstica em Santo Amaro, engrossando a fila do trabalho infantil. Sua primeira remuneração foi aos 15 anos. E, somente aos 20 anos consegue ter sua carteira de trabalho assinada, quando entra na luta pelos direitos dos trabalhadores domésticos.
Gostaria de ressaltar, que ainda hoje, 70% dos 500 mil dos domésticos não são respeitados em seus direitos de trabalhadores.
Vou votar em Creuza (13.612) por ela ser mulher, por ser negra, por sua trajetória política e de vida.
Vou votar em Pinheiro (13) por sua coerência e honestidade. Deputado Nota Dez.
Vou votar no Partido dos Trabalhadores por minha convicção partidária.
Vou votar contra o neo-carlismo (perdoe, meu deus, novamente escrever a má palavra. Cruz-credo, vai de retro!) que ACM Neto representa.
E vou ter esperança que um dia, dos quase 15.000.000 de baianos que somos, teremos um candidato ou uma candidata negra a prefeitura, ao governo estadual da Bahia, afinal, não somos a Roma Negra?
E, sem querer ofender a ninguém, relembro a música de Ivan Lins e Vitor Martins, interpretado pelo genial Tim Maia. “Avisa ao formigueiro, vem aí tamanduá”, embora que o termo "Nego" não esteja lá muito bem colocado, mas "formigueiro" e "tamanduá" estão perfeitos no contexto.
Avisa ao formigueiro,
vem aí tamanduá
Vem aí tamanduá
Vem aí tamanduá
Pra começo de conversa,
tão com grana e pouca pressa
Nego quebra a dentadura mas não larga a rapadura
Nego mama e se arruma, se vicia e se acostuma
E hoje em dia está difícil de acabar com esse ofício...
Avisa ao forigueiro
Vem aí tamanduá
Repinique e xique-xique,
tanta coisa com repique
Pra entupir nossos ouvidos,
pra cobrir nossos gemidos
Quando acabar o batuque aparece outro truque
Aparece outro milagre do jeito que a gente sabe...
Avisa ao formigueiro
Vem aí tamanduá
Tanto furo, tanto rombo não se tapa com biombo
Não se esconde o diabo deixando de fora o rabo
E pros "home" não tá difícil de arrumar outro disfarce
De arrumar tanto remendo se tá todo mundo vendo...
Avisa ao formigueiro
Vem aí tamanduá
http://www.youtube.com/watch?v=2yyFCM0_Z2I
http://www.youtube.com/watch?v=2yyFCM0_Z2I
3 comentários:
sueli, bem vinda! espero que não tarde para isso. só agora é que me apercebi da existência do blogue através do patrício langa. força!
Olá Elísio,
nunca é tarde para felicitações!
Depois da sua ausência bloguista, vejo que está discutindo sobre a inteligibilidade do político moçambicano.
Eu, por aqui e em tempos de eleições municipais, ainda tento entender os reveses da política brasileira.
Um grande prazer receber sua visita e comentário.
Apareça por aqui sempre que puder, no blogue e na terrinha da Bahia.
Um abraço
Oi Lindona. Passei aqui no seu blog pra dar uma espiadinha. Beijocas
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