segunda-feira, 27 de abril de 2009

Memória da pele



"Eu já esqueci você

Tento crer

Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer

Sugo sempre

Busco sempre

A sonhar em vão

Cor vermelha carne da sua boca, coração

Eu já esqueci você, tento crer

Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor

Sua casa, sua cama

Sua carne, seu suor

Eu pertenço a raça da pedra dura

Quando enfim juro que esqueci

Quem se lembra de você em mim

Em mim

Não sou eu sofro e sei

Não sou eu finjo que não sei, não sou eu

Sonho bocas que murmuram

Tranço em pernas que procuram enfim

Não sou eu sofro e sei

Quem se lembra de você em mim

Eu sei, eu sei

Bate é na memória da minha pele

Bate é no sangue que bombeia

Na minha veia

Bate é no champanhe que borbulhava

Na sua taça e que borbulha agora na taça da minha cabeça

Eu já esqueci você, tento crer

Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer

Sugo sempre Busco sempre a sonhar em vão

Cor vermelha, carne da sua boca, coração "#

Hoje acordei assim.
Lembrei de artistas que nunca mais ouvi, como Milton Nascimento. Por coincidência, ao abrir o jornal matutino, vi que chegou ao Brasil, pela Biscoito Fino, o álbum Belmondo e Milton, gravado na França em 2008, no qual os dois franceses e irmãos Belmondo, bola da vez do jazz na atualidade, mergulham no tempo áureo de Milton e escolhem grandes pérolas de sua obra, misturando-as em novos arranjos.
Enquanto lia esta notícia e me preparava para fazer as coisas sérias( e chatas) do dia, tocou no rádio João Bosco em Memória da Pele. E, por falar nisso, João também anda sumido.
Pronto.
Eu que hoje acordei assim.
Lembrei que havia esquecido.
(Ou pensava que havia)
Mas, que ficam sempre, e de vez em quando...
as memórias
na pele.
Ainda assim. "eu já esqueci você. Tento crer"!

#Memória da pele é música de João Bosco e vale a pena ouvir

domingo, 5 de abril de 2009

Quando eu vi as borboletas amarelas

foto daqui
A gente não sabe quando eles vêm:os momentos de loucura.
Aqueles que nos transformam em desvairados, rasgados, escangalhados por entre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
Que nos atiram sobre as pedras, ou que nos fazem atirar pedras sobre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
E, fatalmente, ferir e sermos feridos.
A gente nunca sabe quando eles vêm: os momentos de doçura.
Aqueles que nos transformam em desvairados, rasgados, escangalhados por entre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
Coração traiçoeiro.
Vendido.
Falido.
Que rasteja entre a loucura e a doçura.
Ou que é louco e adoça.
Ou que adoça os loucos, em seus momentos de loucura e de doçura.
A gente nunca sabe quando eles vêm.
A gente nunca sabe quando eles vão.
Os momentos.
A loucura.
A doçura.
E as muitas borboletas amarelas que voam lá fora.
Neste dia de domingo, azul!
E amarelo.
De onde vieram as borboletas amarelas que ontem eu não vi?
Estivera, o dia todo, entre muros.
...a loucura!
E hoje foi só abrir a janela...
E olhar
...a doçura...
Estava lá!
As borboletas amarelas, muitas, que a gente nunca sabe quando elas vêm.
Loucas, doces.
E sempre amarelas, querendo pousar em meu coração rendido, vendido, falido...
...que rasteja entre a loucura e a doçura.
E agora...
Por entre as borboletas amarelas.