domingo, 5 de abril de 2009

Quando eu vi as borboletas amarelas

foto daqui
A gente não sabe quando eles vêm:os momentos de loucura.
Aqueles que nos transformam em desvairados, rasgados, escangalhados por entre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
Que nos atiram sobre as pedras, ou que nos fazem atirar pedras sobre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
E, fatalmente, ferir e sermos feridos.
A gente nunca sabe quando eles vêm: os momentos de doçura.
Aqueles que nos transformam em desvairados, rasgados, escangalhados por entre os muros da cidade.
Ou do quarto.
Ou da casa.
Ou dos nossos próprios muros do coração.
Coração traiçoeiro.
Vendido.
Falido.
Que rasteja entre a loucura e a doçura.
Ou que é louco e adoça.
Ou que adoça os loucos, em seus momentos de loucura e de doçura.
A gente nunca sabe quando eles vêm.
A gente nunca sabe quando eles vão.
Os momentos.
A loucura.
A doçura.
E as muitas borboletas amarelas que voam lá fora.
Neste dia de domingo, azul!
E amarelo.
De onde vieram as borboletas amarelas que ontem eu não vi?
Estivera, o dia todo, entre muros.
...a loucura!
E hoje foi só abrir a janela...
E olhar
...a doçura...
Estava lá!
As borboletas amarelas, muitas, que a gente nunca sabe quando elas vêm.
Loucas, doces.
E sempre amarelas, querendo pousar em meu coração rendido, vendido, falido...
...que rasteja entre a loucura e a doçura.
E agora...
Por entre as borboletas amarelas.

8 comentários:

Ana disse...

Amiga Su,
Que bom ter passeado por aqui e ter encontrado essa poesia doce e maravilhosa!!
A própria contradição de ser doce e louca às vezes... com frequencia... sempre... todos os dias...rsrs
Isso nos faz humanos e reais. Como encontrar o ponto certo entre a razão e a emoção, entre o desejo e a satisfação? Será que ele existe ou "simplesmente" devemos nos entregar ao doce do imprevisível e viver?
Quem souber que me conte urgente.
Talvez seja melhor dançar com as borboletas amarelas e, como elas, ir e vir surpreendendo. Logo no horizonte surgirá um local de pouso e o coração não mais rastejará e, sim, voará de encontro a loucura definitivamente livre.

Grande beijo

Sueli Borges disse...

grande amiga Ana, adoro os seus comentários inteligentes e sensíveis. Obrigada por prestigiar este "lugar".
acho que "ponto certo entre a razão e a emoção, entre o desejo e a satisfação" está na busca do equilíbrio que damos quando trocamos o passo para andar (ou rasteja ou voar).
E as borboletas amarelas passaram por aí, por sua janela?
Quando vagar uma horinha na sua agenda, ligue para marcarmos uma Líber, que eu tô com medo da Lei Seca.
Um beijão,

Anônimo disse...

Amiga Su,
E vamos pela corda bamba ao encontro dum ponto ou porto certo...
As borboletas amarelas passaram por aqui, sim! Chamaram a minha atenção quando eu estava com o coração e a cabeça em vários outros lugares...rsrs
O medo da Lei pode ser superado com hospedagem lá ou cá, gostou? Quem sabe no próximo final de semana?
Grande bj

Inteligente vindo de vc é uma honraria. Tenha a certeza de que o deleite é todo meu ao circular por aqui.

Sueli Borges disse...

Amiga ana, estarei no Rio de Janeio, "cidade-maravilha, purgatório da beleza e do caos". Na volta, não tem Lei Seca certa!
Ah! vi uma reportagem sobre tantas borboletas em Salvador.É que elas estão migrando, vieram do México e da Argentina, diretamente para as nossas janelas.
Bjs e boa páscoa.

Patricio Langa disse...

Alguém dizia “ um momento de inspriração não se cria… acontece”, neste texto vejo a sua materialização. Lindo!
Abraço

Sueli Borges disse...

Oi langa, bom te ver por aqui...entre as borboletas amarelas, que trafegam entre países, quiçá entre os continentes. Se assim o for, uma delas levará um beijo meu para voce!

Katia Costa-Santos disse...

Sueli,
seu texto me explicou meu dia de hoje, entre doçuras e loucuras, com borboletas no estomago, apenas, e nao deu pra ver as cores...

Lindo, lindo, lindo...

Bjs

Sueli Borges disse...

olá kátia, veja as cores!
bjs